O porteiro cujo nome nem se desconfia toca três vezes para o quarto bege de carpete e cortinas beges. Sugere que ela saia na primeira. Na segunda, se repete. Na terceira, impõe a sua autoridade de guardião de entradas sem saídas. O dono do desajeito e a fumaça desejam saltar pela janela. Ela, sentada sobre a colcha amarela, de pernas cruzadas aguarda a resposta curta. As cortinas continuam fechadas. A janela também. Que seja feita a vontade do porteiro.
James Rosenquist, 1960
com o sol e a lua bailando em Leão, aos 6 anos vivi plenamente, depois me confundi, conheci o fantástico, tornei-me impura, enlouqueci, enxerguei os meus olhos verdes, fui fazer a vida, pisei em Vênus, perdi o chão, andei pelas estrelas, me virei em contos, e descobri a própria sorte. Hoje, só engulo o que for orgânico e só penso em me exibir.
ouvidos
pés e poesia
de ontem
direitos meus reservados
dEjOUeT é de
cilea santos lima e está licenciado com o selo Creative Commons. reprodução só se não alterar o texto original. citar a fonte e a autoria e sem fins comerciais.
contato cilealima@gmail.com